Profissionais de saúde da RSSN participam em ação formativa sobre cancro da cabeça e pescoço

Formação Concro Cabeça PescoçoVinte e cinco profissionais de saúde das estruturas da Região Sanitária Santiago Norte (RSSN), sobretudo corpo clínico e enfermeiros, participaram na quinta-feira, 31 de Julho, numa ação formativa sobre o cancro da cabeça e pescoço, promovida pela RSSN no âmbito do Dia Mundial da Consciencialização do Cancro da Cabeça e Pescoço, assinalado anualmente a 27 de Julho.

A iniciativa foi ministrada pelo médico cirurgião da cabeça e pescoço Jailson Freitas Cid e contou com a presença do director da região, João Baptista Semedo.

Durante a apresentação, marcada por debate e esclarecimentos, o palestrante fez saber que o cancro da cavidade oral ocupa a 5ª posição mais frequente nos homens e é a 13ª nas mulheres, com uma incidência de 10,7 e 3,4 casos novos /100 mil habitantes respetivamente dados do INCA-Brasil.

Em Cabo Verde no Hospital Agostinho Neto no ano 2022 – cancro de cabeça e pescoço: 12 % onde o cancro de boca foi registado, 11 casos em 2022.

O médico cirurgião elencou ainda um conjunto de fatores de riscos relacionados com aparecimento do cancro de cabeça e pescoço, mas concretamente o cancro da cavidade oral (boca):

Fatores de riscos:

1) Tabaco: Estomatite nicotínica

90% dos câncros de boca aparecem em tabagistas, 11,6 % da população masculina - é sabido que no tabaco existe 4700 substâncias tóxicas, sendo 60 cancerígenas (que origina cancro);

2)Álcool: 80% dos pacientes com cancro de boca consomem álcool e têm 6 vezes mais chances de desenvolver o cancro comparados aos que não consomem;

3) Fatores Sociais: O baixo poder aquisitivo associado à baixa escolaridade facilitam o aparecimento de diversas doenças incluindo o cancro;

4) Exposição Solar Está associada ao cancro de lábio-Raios Ultraviolentas;

5)Fatores Nutricionais: Deficiência de ferro e vitamina A. A síndrome de Plummer-Vinson, muito frequente na Suécia;

6) Fatores Ocupacionais: Trabalhadores das indústrias de metais, fibras têxteis, couro, níquel e álcool isopropílico têm incidência aumentada - responsáveis por 5% dos tumores da boca.

7) Deficiências Imunológicas

Após apontar os fatores de riscos avançou pelo diagnóstico tendo deixado pistas claras de quando suspeitar cancro da cavidade oral e a conduta que os profissionais devem seguir frente a suspeita de algum caso.

Para o diagnóstico:

Qualquer lesão na boca que não regrida num período de 3 semanas a 1 mês deve ser considerada suspeita e candidata a biópsia.

Formas clássicas de cancro da cavidade oral: são as úlceras, nódulos e as manchas brancas ou vermelhas, iniciais geralmente não são dolorosas.

Em fases mais avançadas temos lesões ulceradas extensas, com bordas elevadas, sangrantes e infiltrativas.